PORTARIA Nº 161/2016/GS/SEDUC/MT - Institui o Projeto de Estudos e Intervenção Pedagógica (PEIP), o Projeto de Formação Contínua dos Profissionais Técnicos e Apoio Administrativos Educacionais (PROFTAAE) e cria o Núcleo de Desenvolvimento Profissional na Escola (NDPE) e dá outras orientações.

Bom Professor

Com a chegada do terceiro milênio, práticas educativas mais firmes, autoritárias e duras foram deixadas para trás, levando para a sala de aula liberdade de expressão, de pensamento e abrindo espaços para o diálogo, tanto entre alunos como entre alunos e professores.

O conhecimento não é mais tido como algo pronto e acabado, dentro de um determinado conteúdo, nem tampouco imposto pelo professor e tendo que ser engolido pelos alunos. Pelo contrário, conhecimento hoje é a troca de informações, pois, no âmbito escolar, aprender é compartilhar os saberes que cada sujeito carrega consigo, das experiências anteriormente vividas.

Além disso, o professor deve ser aquele que estimula a curiosidade, é questionador – não para humilhar o aluno e mostrar que ele é o detentor do saber, mas para dar condições de o aluno refletir sobre os temas abordados na sala de aula, levando-o às suas próprias descobertas.

Alguns aspectos devem ser considerados para se avaliar o desempenho do professor e se sua prática cotidiana tem plantado sementes para que seus alunos colham bons frutos mais tarde.

A princípio, ajudar na construção de uma escola aberta, democrática, pautada em uma gestão transparente, que vise atender aos interesses da comunidade em que atende. Com isso, os estudantes percebem que a direção da escola é aberta, comunicativa, que confia nos profissionais e nos alunos, aprendendo que existem competências próprias de cada profissão, o que garante a segurança futura.

O bom professor deve incentivar uma relação aberta entre escola e família, pois a criança e o adolescente precisam desse contato para se sentirem valorizados, além de perceberem que o processo educativo não é feito de qualquer jeito, mas com contribuições dos dois lados.

Tomar conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola é outra forma de contribuir para a educação de qualidade. Se a escola ainda não compartilhou o PPP, o professor deve solicitar à direção, pois seu trabalho deve seguir o disposto na lei que rege a instituição. É importante abrir espaços para discutir o respectivo projeto, a fim de identificar possíveis erros ou não, mas visando melhor qualificação profissional.

Muito se vê falar em exercício da cidadania, pouco se faz para garantir que as próprias crianças sejam, desde já, cidadãs comprometidas com a formação de um mundo mais justo e melhor.

Nas práticas de sala de aula, o bom professor deve estimular os alunos a exercitarem a cidadania, levando-os a agir de forma correta, pensando nas consequências de seus atos, sendo responsáveis com a vida no planeta, com a preservação do meio ambiente, com a educação e o respeito na vida cotidiana, valorizando a pluralidade cultural, tendo controle sobre sua liberdade, preocupando-se com o bem-estar do outro e do meio político e social em que vive.

Quando se trabalha exercitando a cidadania, promove-se valores que ajudam o educando a se aprimorar enquanto pessoa. Com isso, desmistificar que a educação serve para classificar, e sim para formar um sujeito que identifique que as relações do mundo são pautadas em sentimentos, sejam eles bons ou ruins; em dúvidas ou certezas, em inquietações próprias do ser humano que devem ser valorizadas.

Dentro disso, podemos destacar valores humanos que devem ser estimulados no contexto escolar, como a tolerância, a solidariedade, o respeito às diversidades, sejam elas culturais, pessoais ou sociais.

O bom professor é aquele que não se preocupa em ser conteudista, mas que promove a circulação do conhecimento, que aguça a curiosidade, que proporciona a reflexão, abrindo espaço para o diálogo saudável, para a troca de informações, propondo que cada sujeito envolvido no processo deixe sua opinião – as informações que já tem sobre algum assunto. E deve permitir que o lúdico faça parte das atividades rotineiras da sala de aula, pois aprende-se muito mais através da brincadeira, da diversão e do prazer.

Com isso, permite-se que os alunos cresçam enquanto pessoas e enquanto profissionais. Que sintam as necessidades do mundo, de que somos responsáveis para que tudo corra bem, para que as coisas aconteçam de forma organizada e planejada, visando o crescimento social do país.

Dessa forma, ensina-se que a educação e a formação estão voltadas para o lado profissional sim, mas também para o lado social, humanista, e que no exercício da profissão, os professores terão que ser responsáveis para progredir no mundo do trabalho.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

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